segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A SOMBRA NEM SEMPRE TRAZ CONFORTO!

     IMPACTO DAS SOMBRAS SOBRE AS EDIFICAÇÕES
fonte viagem.uol.com.br 

Comumente, em nome do"progresso", políticos fazem "obras faraônicas" como monumentos e edificações, onde pode  haver ou não estudos preliminares de impacto ambiental, Mas, quanto ao impacto nas edificações urbanas causarem desconfortos de temperatura ambiente, o que fazem? O que aconteceria se acaso a prefeitura de Ilhéus resolvesse colocar uma torre de 50 m de altura e volume de 125 metros cúbicos em plena  praça central? independente para que fosse sua utilidade, acredito que causaria um desconforto no ambiente interno e externo das edificações no raio de alcance dessas sombras!

Para verificar a veracidade dessa afirmativa, fiz um estudo da posição do Sol no dia 15/08/2016, partindo-se dos pontos cardeais e anotando-se o horário das sombras respectivas a cada hora. Esse princípio é modelado à partir da geometria plana, mas precisamente no Teorema de Tales. 

Esse teorema é muito útil para ser usado quando se tem feixes de retas paralelas, como no nosso caso. Sabemos que o raios do sol atingem a superfície da Terra em feixes paralelos e por isso podemos fazer uso desse teorema , que aliás foi com ele que, segundo a História, Tales de Mileto mediu a altura da pirâmide de Quéops, formando uma proporção com a sombra desta.

Para conseguir sua façanha, ele colocou uma estaca  fincada paralelamente à pirâmide e aguardou o momento exato em que os comprimentos das sombras fossem iguais. Na verdade, ele utilizou da semelhança de triângulos, onde as hipotenusas foram os raios de sol que atingiram a pirâmide e a estaca, formando essas sombras.

Utilizando-se do mesmo princípio, escolhi um poste de luz que fica`no passeio em frente à minha casa, onde passei a observar e tirar fotos do movimento das sombras em hora em hora a partir das 08;00 h da manhã, indo até às 16;00h do mesmo dia.

Inicialmente demarquei uma semicircunferência com auxílio de uma corda e risquei o chão. Em seguida comecei a tirar fotos sequencias das sombras em horários pré-determinados. À partir das sombras pude descrever a trajetória dos Sol, tendo por referência o Leste que fica do lado do oceano e à nossa direita.
Mapa com raios de Sol  no poste 
Em seguida, num papel A4 desenhei um a circunferência, onde coloquei os Pontos Cardeais a partir do Leste encontrado e então posicionei o poste no centro desta e desenhei as ruas.

Comparando as fotos que tirei com o círculo, desenhei os raios do sol em relação à minha casa e partindo deste fiz um novo círculo para a Praça Luis Vianna  que fica no centro de Ilhéus e local onde a prefeitura colocaria a torre.

Após isso, desenhei as ruas  e os mesmos raios de sol que tinha em meu primeiro desenho e coloquei as respectivas sombras. 

Com esse procedimento descobri que sem necessitar de cálculo algum, podemos verificar a varredura da sombra da torre sobre algumas edificações, como por exemplo, o Vesúvio, o Teatro e a Catedral, com provável pouca insolação à tarde. digo provável porque a torre tem uma largura na base de 5 m, o que deduz que ela tem uma largura considerável, portanto muito influente no alcance total da área atingida.

Lembrando que o raio dessas sombras variam muito com os dias por causa do movimento do sol em relação à Terra, podemos deduzir que, de qualquer forma, haveria desconforto ambiental nessas edificações, pois a torre teria posição fixa.
Mapa com raios de Sol na Praça Central

O  teorema de tales me deu ás 08:05 h, por exemplo, uma sombra de 9,3 m que é maior que a altura do poste que é cerca de 8 m padrão.  Logo pelo teorema  de Tales  temos:

triângulo retângulo formado
8/9,3 = 50/x , onde teríamos, para esse horário no dia 15/08/2016 uma sombra de aproximadamente 58,25 m que atingiria o Teatro e outras edificações como o bar Vesúvio e provavelmente a Catedral, além de muitos estabelecimentos comerciais. Se consideramos o volume da torre que é de 125 metros cúbicos em sua base, a área atingida seria em formato quadrangular devido a área da face ser 25 metros quadrados para todos os lados, que causaria maior número de edificações atingidas por área e não somente pelo comprimento. Pelo teorema de Pitágoras teríamos uma hipotenusa de 9,3² + 8² = x², onde x = 12,26 m, para o poste e  para a torre seria 50²+ 58,25²=y², onde y=76,76 m de comprimento aproximadamente, o que indica que a sombra teria longo alcance sobre os topos de edificações menor ou igual a esse comprimento. O ângulo para esse horário foi arctg (50/58,25) = 0,86 = 40,69° para coordenadas de Ilhéus  que tem latitude de -14, 8167 e  longitude de -39,0333,
 


Como a torre teria grandes dimensões, ela certamente causaria grande impacto negativo no local escolhido pela prefeitura. Alguns desses problemas seriam a umidade e os fungos ( bolor). Lembramos também que o sol é fonte de energia  que se comporta como partícula-onda e que se propaga em luz, calor, trazendo à terra parte desta enquanto a outra parte sofre reflexão, voltando para o espaço. Nesse caso, aqueles ambientes não serão aquecidos e não trocarão calor de forma eficiente.
Teremos um prejuízo de calor que retornará para o espaço a partir da reflexão na torre e não com o solo, que seria o correto.

Enfim, não considero uma boa ideia a construção dessa torre nesse local e sugeria um local mais apropriado e fora do perímetro urbano, uma vez que sabemos que daquele modo causaria grande desconforto térmico àquelas edificações além de irradiações magnéticas.

SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA

Seja onde for colocada, a torre causaria impacto negativo porém, afim de minimizar esse impacto, poderia sugerir que esta fosse colocada em um lugar de mata que tenha morros de altura maior ou igual a da torre de forma que a suas sombras coincidam com a sombra desta, ou seja, fazer um estudo num local onde houver baixadas, onde houver grandes alturas e o próprio morro já faça sombra de raio maior ou igual ao de comprimento mais longo de sombra da torre, assim a torre ficaria a nível mais baixo ou igual de modo que suas sombras coincidam. Essa região é a porção noroeste de Ilhéus que, de acordo com o mapa do relevo, possui as maiores altitudes de Ilhéus. Apesar de ficar na bacia do Almada, bastante degradada, acreditamos que não causaria tanto impacto, uma vez que a colocaríamos  entre morros, de forma que as sombras dos morros e da torre  se sobreponham, uma vez que uma sombra com outra sombra sobreposta formam uma única sombra,  conforme explicamos. vejam o desenho:
locação da torre na região noroeste de ilhéus ( de maior  relevo)





Mapa com simulação das sombras da torre na praça central


 Algumas fotos das sombras no poste:


sombra às 08:05 h  no poste.

sombra ás 09:00 h  no poste

sombra ás 10:01 h no poste

sombra ás 11:00 h no poste

sombra ás 12:00 h no poste

sombra ás 13:00 h no poste


sombra às 16:01 h no poste














quinta-feira, 11 de agosto de 2016

                         

                   

                  Olha a Hora!

  


O relógio, ás vezes, passa despercebido por nós  como uma das grandes invenções da humanidade. O homem sempre se preocupou em saber as divisões do tempo e foi observando o movimento do sol adicionado á um pouco de geometria que se pode enfim  conseguir uma ferramenta que o indicasse. O estudo do tempo é conhecido como cronologia e devido à esse estudo é que hoje podemos  organizar melhor nossa atividades.
Nos tempos mais remotos temos a orientação pelos  astros e assim sabiam   em que períodos as diversas estações da natureza aconteciam e qual sua influência no comportamento e migração dos animais para que a caça e a pesca pudessem ser bem sucedidas e quando plantar e colher. O homem, antigamente, percebeu que o tempo era um fenômeno repetitivo e logo pensou em construir um artefato para se orientar com mais praticidade. Assim povos como os sumérios, os babilônios e os egípcios construíram seus instrumentos e fizeram seus calendários. 

 Um desses instrumentos foi o relógio de sol.

Nesse exercício fiz um relógio de sol em um semicírculo e para encontrar os 12 ponteiros dividi 180 graus por 12, onde o quociente obtido foi 15 graus.

Logo, enumerei a partir da posição leste que aponta o nascer do Sol. Para testar coloquei-o na posição Leste-oeste e Alinhamento Norte-sul e então coloquei um relógio analógico de ponteiros ao seu lado e o resultado foi: A hora Certa!




quinta-feira, 4 de agosto de 2016






                                                A ORQUESTRA DOS ANIMAIS




fonte: www.entretenimemto,r7






Os animais têm em si um dom nato para cantar e encantar a gente, não é mesmo? Alguns desses são muito belos e nos transporta a um passeio pelo pelo mundo mágico da música emitido pelos bichinhos, ou às vezes nos fazem sentir medo.


Mas seja qual for a nossa reação, o certo é que os animais tem o dom de nos trazer emoções e sentimentos dos mais distintos que poderíamos imaginar, que são capazes de nos cativar como o cântaro dos pássaros, e nos fazer sorrir quando partem dos nosso animais de estimação quando nos vê, como o latido de nosso cachorro.



Como seria a orquestra dos bichos? para sabermos devemos fazê-lo e de fato fizemos! 

quarta-feira, 20 de julho de 2016


                                    
          Fotografia viva: só vê quem escuta!

Às vezes penso que o tempo mais felizes de nossas vidas é sempre o que já passou e seu verdadeiro nome é saudades; para recordá-lo escutamos uma música ou nos pegamos sonhando acordado. Como seria recordar de alguns minutos de nossas vidas um dia após o outro? Como fazer uma “fotografia viva” que se “ouve” ao invés de se ver?

Nesse diário discorro como foi o meu dia baseado em barulhos que escutei, que foram gravados pelo celular. Tentei associar o barulho ao local que eu estava e por incrível que pareça ficou muito fácil de lembrar de tudo e embora eu não descreva, passara um filme em minha cabeça. Parece que o cérebro reconheceu os barulhos e automaticamente fez funcionar a memória por alguma espécie de associação.

Cheguei à essa conclusão após ouvir de dois modos distintos: um de forma contínua e outro de forma pausada. O resultado disso é que cheguei à conclusão de que podemos “enxergar com os ouvidos” também, e assim imagino isso ser bem diferente de ouvir uma música, pois nós, ou pelo menos eu, lembramos geralmente de associar uma música à uma velha recordação, de tal forma que se escutarmos sempre, ela só nos remeterá ao mesmo lugar, espaço e tempo passado; mas não esmiúça os acontecimentos com riquezas de detalhes, a não ser que forcemos, pois  em princípio partimos do todo para o específico, mas sempre com um pouco de dificuldades é que geralmente conseguimos. Mas o barulho da gravação também faz isso! mas com a vantagem de descrição de todos os momentos, que se somados chega-se à recordação total de tudo que fizemos nessa linha do tempo. Porém, outra vantagem é que poderemos saber de um momento específico a qualquer instante que precisarmos, bastando para isso, apenas selecionar o tempo desejado.
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O meu dia começou às 8:15h do dia 18/07/2016: acordei e comecei a gravar pelo celular o sons que ouvia de dentro do meu quarto por um minuto e percebi hoje descrevendo que ouvi barulho dos carros e de pios, provavelmente de filhotes de passarinhos que pareciam morar no forro do telhado. Pensei: tem ninho no telhado... e os sons dos carros não me incomodavam muito porque o quarto fica fechado.

 Às 10:16:09h eu estava na faculdade Madre Thaís e hoje percebi que gravei o parte da conversa minha com o funcionário do setor. Havia outras pessoas conversando e ouvi um barulho de máquina eletrônica do tipo que chama as pessoas pela senha. Não ouvi barulho de carros.

Às 11:02h estava retornando e percebi que gravei barulhos que vinham do trânsito, pois estava na rua, a pé à caminho de casa.

Às 13:00h ouvi ruídos baixos de difícil descrição. Estava em casa e naquele momento não passavam carros, logo os ruídos não eram conhecidos. Se assemelhavam à barulho de sacos plásticos.

Às 14:14h o barulho era de moto e caminhão ou ônibus e agora percebi que ouve-se também o barulho do deslocamento de massa de ar; ao fundo ouve-se um som vindo da academia que fica em frente à minha casa.

Às 14:59h eu estava em casa e ouvi ruídos de passarinhos, carros e outros que não sei identificar.

Às 16:14h encontrava-me em casa e continuei a ouvir a mesma coisa.

Às 17:08h ouço a voz de minha mãe falando ao telefone e também de meu tio e de algum objeto que caiu e mais uma vez o ruído estranho. Desconfio que esse barulho é do atrito de minha mão no celular...

Às 18:34h ouço minha voz dizendo “oxi!”, a voz de minha mãe, o ruído que acho que vem do contato entre eu e o celular, e de carros deslocando água de poças de água da chuva: provavelmente choveu e eu não percebi...talvez na hora que o celular não estava gravando...

Ás 19;14h estava no Cuni de Ilhéus e ouvi parte do som que vinha do vídeo sobre Anísio Teixeira.

Ás 21:25h o barulho que escutei era de ruídos de difícil descrição ao fundo, e eu estava em casa. Não passavam carros.
Ás 22:35h eu estava em casa e ouço os barulhos vindo da cozinha, onde eu estava naquele momento, mas não há barulho de automóveis, somente o ruído que sempre acompanha as gravações.

Às 23:23h ouço ruídos estranhos, da tecla do computador, minha voz e um zumbido como de pano de fundo, não sei identificar do que se tratava; um som que ouço também lembram som de tv e outros sons eram de carros. Percebo som de chuva.

`Ás 00:50h estou acordado e predomina som de chuva e somente isso, além de ruído provavelmente vindo de mim.

 Ás 08:30h do dia 19/07/2016, tomo minha rotina e percebo que o som é de carros, vozes, pássaros, tv e chuva.

Às 09:36h estava em casa e o barulho de chuva, de conversas, pássaros, tv e carros são escutados.

Às 10:40H gravo som de vozes e carros.

Às 11:53h continuo em casa, ouço som diversos, como tv, vozes.

Às 12:50h ouço os mesmos sons descritos acima.

Às 13:54h continuam os mesmos barulhos.

Às 14:55hh ouço os mesmos sons.

Às 15:55h continua os mesmos sons.

Às 16:57h ouço minha mãe conversando no celular e barulhos diversos.


Às 17:58h encerro sem novidades, apenas os mesmos sons.









quarta-feira, 29 de junho de 2016

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              AS FOLHAS GUARDAM UM SEGREDO: VOCÊ                                                  SABERIA DIZER QUAL É?

Uma planta guarda um dos mecanismos vitais para a manutenção da vida. Esse mecanismo é quem faz contato direto com a luz do Sol, transforma-a e a armazena em uma outra forma de energia. Essa energia é então repassada aos demais seres vivos que a utilizam, mas não a renova!

Somente as plantas podem captar, transformar, armazenar, utilizar, doar e renovar a energia disponível no nosso planeta com eficiência maior que a de outros organismos.

O segredo está guardado nas folhas! porque é nas folhas que ocorre a fotossíntese que é o nome que se dá à esse processo de transformação de luz e calor em uma forma de energia que os outros seres podem utilizar.

Mas dentre as plantas gosto mesmo é das árvores, pois elas parecem se relacionar com a infância de todos nós. Quem nunca subiu numa árvore quando era criança? quem nunca percebeu que não é a mesma sensação que tivemos quando fazemos isso quando já estamos adultos? parece que as árvores e as crianças foram feitas umas para as outras. 

Desenho feito por mim
Mas quando ficamos adultos parece que o encanto passa e passamos a prestar menos atenção às nossas velhas amigas. E o pior, passamos a pensar em cortar "aquele pé de árvore" que está no quintal para ampliarmos a nossa casa! e assim matamos covardemente nossa amiga, sem dó nem piedade! ela que viu várias gerações crescerem, deu sombra e frutos, brincou com todos quando eram moleques...mas o pior não é nem isso, o pior é que estamos acabando com  aquele único ser dotado  do dom de continuidade da vida, que dá o alimento, que embeleza as paisagens com suas folhagens e flores, que faz gerar renda e riquezas com a venda de seus frutos, que pode renovar o ar que respiramos, que ajuda a chover...

Me lembro de uma mangueira que eu subi pela primeira vez e que passou a ser minha amiga de infância! eu brincava de balanço, arrancava as mangas maduras ou ainda verdes para comer com sal, eu gostava de ficar em cima dos galhos e ver tudo que acontecia do outro lado da rua, era um lugar que todo garoto gostaria de estar um dia. 

Desenhei para vocês uma folha da mangueira (mangifera indica) de manga-espada com detalhes de suas partes como bainha, pecíolo, limbo e nervuras. Aproveitei e coloquei suas divisões, pois achei interessante ver que cada pedaço tem um nome. Outra coisa interessante foi observar o quanto é complexa a estrutura morfológica e estrutural de uma folha e que sua anatomia diverge segundo à sua espécie. 





                Desenho da folha da manga-espada




                                         


                               Estruta  interna de uma folha; fonte: farmacobotanica.xpg.uol.com.br


Link para o vìdeo da Dança Das Folhas

                        https://www.youtube.com/watch?v=qcVNMbsGVvc

quinta-feira, 23 de junho de 2016



Experiências do sensível: terra


O cheiro dessa terra encontrada no quintal de minha casa, quando molhada pela chuva, me leva sempre à uma recordação dos tempos que eu morava em Banco do Pedro, onde minha mãe era a professora que todos os alunos gostavam muito, e isso me fazia sentir grande orgulho com o título “o filho da professora”, como todos me conheciam. Virei uma espécie de destaque do lugar só por ser o filho da professora. Era um respeito misturado com admiração que aquela gente simples tinha comigo, que me fazia sentir-se bem. As pessoas se preocupavam comigo, me davam muita atenção, e isso me fazia sentir uma vontade de sempre estar naquele lugar, que embora atrasado por ser localizado na zona rural de Ilhéus, tinha pessoas que eram muito atenciosas e comumente, mesmo nos vendo à toda hora, nos cumprimentavam mesmo assim.  Apesar de ser um lugar de pouquíssimas ruas e apenas uma praça central, onde à noite todos de encontravam pra conversar, parecia sempre que era a primeira vez que nos víamos. 
Essa terra era a terra predominante do lugar, onde se encontrava os cacaueiros, fora essa só aquela da única estrada de barro. Mas essa terra preta é a representativa do lugar, cheio de fazendas e muitas árvores, como o cacaueiro e muitos pés de jaca, entre outras frutas.
Mas ninguém imagina o quanto eu gostava dos dias mais nublados, após a chuva, que era quase presente sempre às tardezinhas de domingo, onde aquele cheiro da terra molhada me trazia algo mágico, que era sentido por dentro, na alma, que não sei dizer o que era, mas era uma coisa que combinava com aquelas casinhas, as poucas ruas, as folhas das plantas dos cacaueiros que ficavam mais verdinhas e limpas da poeira e dava uma sensação de estarmos num lugar de paz e serenidade. 
Essa terra me traz outras lembranças gostosas que me dá uma nostalgia, uma vontade voltar no tempo. Naqueles tempos minha mãe quando ia trabalhar levava eu e minha irmã mais nova, Eva Fabiana Silva, que hoje se encontra com Deus, para lá e nos divertíamos muito tomando banho no rio, que era a principal atração do lugar. Outra atração era os dias de festas, que ocorriam no clube, onde bandas ou equipes de som, hoje conhecidas como paredões, se apresentavam. Somente nesses dias é que apareciam pessoas de vários lugares, e isso parecia dar mais vida ao lugar. Mas um dos meus programas favoritos era caminhar por uma estradinha que ficava logo após a ponte que lembrava àquele filme do King Kong (...), parecia que uma aventura igual àquela passava na minha cabeça adolescente.
A ponte era de cordas e tábuas que se alternavam entrepassadas por espaçamentos, que dava medo olhar para baixo, onde ficava o rio de águas escuras e misteriosas, cheio de pedras, sobre o qual eu ouvia falar sobre muitas histórias dos tempos da escravidão e outras vezes sobre várias mortes por afogamentos. E nos dias de ventos fortes? Balançava muito, mas tanto que chegava a dar arrepio na gente, que chegávamos a nos sentir num filme de Indiana Jones. Mas havia uma recompensa, que era a estradinha que nos levava às fazendas de cacau que nos pareciam contar estórias dos tempos dos famosos e temidos coronéis. Aquelas fazendas pareciam mal-assombradas, certamente guardavam muitos mistérios tais como aquelas que me lembravam as estórias contadas pelo meu saudoso avô materno, José Augusto Silva, que foi um dos muitos sergipanos que vieram para cá ainda muito jovens para trabalhar nas roças de cacau.  Suas estórias contadas sobre àqueles tempos dos coronéis me atraia muito porque sempre os coronéis eram o vilões das estórias, daqueles do tipo muito cruéis. Lembro-me de uma das minhas preferidas: aquela que ele dizia que um coronel costumava contratar os serviços daqueles pobres coitados e na hora de pagar amarrava as notas na ponta da espingarda e dizia: Quer o pagamento?!!, vem pegar!! e como ninguém tinha essa coragem, ele gargalhava e entrava em sua casa, batendo a porta na cara de todos. Mas teve um dia que um sergipano teve essa coragem e pegou, pois o desespero o havia cegado e o sangue do sergipano estava fervendo (...) ele conseguiu e saiu vivo, não se sabe ao certo, uns diziam que o fazendeiro estava bêbado demais e não conseguia segurar a arma direito e outros diziam que o infeliz do sergipano era mais “brabo” que o coronel, lutou com ele e venceu.
Esses episódios me vinham à cabeça sempre que eu ia para o outro lado do rio, atravessando aquela ponte e andando por aquela estrada, parecia que um filme passava em minha cabeça e eu enxergava tudo como se houvesse entrado num portal que me levava ao passado. Então vinha a chuva e aquele lugar ficava mais tenebroso, parecia que, exatamente se desse seis horas da tarde, eu encontraria fantasmas e lobisomens. Aquele momento era encantado e me enchia de medo e adrenalina, aquele lugar era uma espécie de “cidade fantasma” para mim.
Outras boas lembranças era simplesmente estar em casa, aquela casa simples, mas enorme, que enchia de professores e outros amigos, algumas vezes para conversar e outras pra comer, beber e dançar sempre nos dias de festas no clube. Lembro que as pessoas ouviam muita música sertaneja e música baiana, enquanto eu, já com meus 19 anos, gostava de Gun’s N roses, Nirvana, AC/DC, Iron Maiden, Metallica, Led Zeppelin etc. e muito punk rock em geral que havia conhecido desde adolescente (...) e como era difícil ouvir aquele som que poucos apreciavam! Então passei a ouvir também muita música baiana, mas o sertanejo não tinha jeito, não gostava, mesmo morando na roça (...) e assim, ao som de Sweet Child O´mine, Paradise City, Welcome to the Jango e muitos outros sucessos do Gun’s que marcaram aquela época, eu vivi os meus tempos de juventude muito felizes naquele pequeno, mas porém grande e saudoso vilarejo.
Naqueles tempos eu já era aluno de uma das escolas mais renomadas da região a EMARC, que era a escola dos sonhos de muitos jovens que faziam de tudo para estudar lá, de tal forma que nem mesmo a UESC era tão falada quanto.  Na EMARC, que ficava à poucos quilômetros de Banco do Pedro, eu me sentia muito bem, pois foi a primeira vez que eu me sentia independente e rodeado de amigos. Época de muita farra e estudos, daquelas lembranças que nunca sairão da nossa cabeça, que ficam tatuadas no coração da gente e nos fazem sempre se pegar sonhado ou falando dos tempos de escola.
Era a combinação perfeita para mim: estudar numa escola técnica de cursos ligados ao meio rural e morar ao mesmo tempo na roça. Perdi as contas da coisas que vivi naquela escola, dos trotes sofridos e dados, muitas vezes engraçados e outras vezes muito pesados que uma vez me fez fugir pelo mato, pegar carona e depois andar mais pelos matos até chegar em casa, calçado nas velhas botas que todos nós tínhamos que usar na escola para prevenir acidentes com cobras, (e como tinha cobras naquele lugar). Nunca pensei que um dia eu em minha vida, iria cruzar com esses animais tanto quanto aconteceu na EMARC e no Banco do Pedro (...). Mas o animal que mais me fazia ter medo era os gansos de uma fazenda que ficava na estrada de “Banco”, pela qual muitas vezes passava perto e tomava muita “carreira” daqueles bichos, que atacavam em bando e faziam um alvoroço danado, batiam as asas e pulavam (...), O bando de covardes atacavam pelas costas, sorrateiramente, com aqueles longos pescoços abaixados e bicos abertos mostrando aquelas verdadeiras serras, (...). Um belo dia aprendi com um amigo que pra se defender eu tinha que arrumar uma varinha, e assim um dia arranjei uma no mato e então me enchi de coragem (e medo) quando passei por lá, e foi então que descobri que foi pior, pois os gansos pareciam ficarem mais bravos. Até que um dia o dono deles viu e disse que iria tomar providências. Eu sempre passava por lá porque, como dissera, era o a única estrada a partir do asfalto que ligava Uruçuca à Banco do Pedro e devido as caronas que eu pegava o restante do caminho era feito à pé mesmo, pois tinha ansiedade de chegar logo em Banco do Pedro, ver minha mãe e realizar minhas aventuras pelo portal.


                   
                               

                 ÁGUAS  " Terra, planeta Água"( Guilherme Arantes)


Não há um único ser vivo que não dependa de água para viver , mas mesmo assim o homem ainda destrói o berço da vida, onde foi possível há milhares de anos permitir por condições apropriadas que nascessem os primeiros seres vivos que lá habitariam e depois evoluiriam para habitar os continentes.

Costumo pensar, será  que  somos seres totalmente terrestres (lembrando a velha divisão de animais aprendido no curso primário, lembram?) pois o ser humano, por exemplo, possui 75%  de seu peso composto por água....

A verdade é que os outros 25% são dependentes também de água, nos seus intertícios, para o transporte de moléculas, íons, nutrientes ou permitir as reações bioquímicas, logo se pensarmos bem somos 100% dependentes de água...

Se dependemos de água para trabalhar ,comer, fazer higiene...como é que nós mesmos destruímos as nascentes e poluimos os rios ?

Mas nossa água está acabando e na nossa região é fácil perceber esse fato, vejam como exemplo, o que está acontecendo com os rios da Bacia do Almada que nasce em Almadina e  faz parte da BCH Leste.

Segundo o INEMA, A BCH Leste possui 9.507 Km² (1,68% do Estado), banha Una, Santa Cruz da Vitória, Barro Preto, Buerarema, Jussari, São José da Vitória, Arataca, Itapé, Ibicaraí, Itajuípe, Itabuna, Floresta Azul, Itaju do Colônia, Ilhéus e Firmino Alves e possui uma população de 682.652 habitantes. As Bacias que compoem-na são: Almada, Cachoeira, Una e Doce. Eu fiz uma coleta de água do Rio Almada na Boca da Barra, onde ele deságua. Acima e Abaixo as figuras mostram eu coletando a água e ainda abaixo estão os mapas da Bacia do Almada feitos por mim : o primeiro é técnico e o segundo é um "mapa de piratas do Caribe" rsrsrs





                   


                                                                       

                                                                     
                                 

            mapa à moda "pirtatas do Caribe "